O Sistema
de Cotas tem como objetivo reservar vagas universitárias para grupos
específicos do Brasil, tendo como justificativa
o fato de que estes certos grupos, em razão de algum processo histórico
depreciativo, teriam maior dificuldade para aproveitarem as oportunidades que
surgem no mercado de trabalho, bem como seriam vítimas de discriminações nas
suas interações com a sociedade.
Deste que este sistema foi implantado no Brasil, veio
surgindo uma guerra de opiniões, tendo duas posições: a de oposição e a de
apoio às políticas de cota. A primeira defende o critério do mérito, pois
acreditam que quem tem o direito de usufruir as vagas universitárias são os
indivíduos que obtiveram as notas superiores comparada com os outros
candidatos, independente se o candidato for afro-descendente ou de um estudante
oriundo das escolas públicas. Além disto, esta posição crê que as cotas acabam
incentivando um “racismo” às avessas, considerando, ainda, as inequívocas
dificuldades de definição e aferição dos declarados negros e pardos. Já a
segundo oposição defende a necessidade de se resgatar a dívida histórica de
exclusão e de preconceitos para com as minorias, principalmente para com os
afro-brasileiros, desfazendo-se o mito da democracia racial, e tratando de
forma diferenciada, através de políticas, os que se encontram em posições
desiguais.
Políticas de Cotas por
si, já é um assunto extremamente polêmico, mas esta discussão consegue-se
complicar ainda mais por nós vivemos em um país miscigenado. Podemos considerar
que o próprio sistema é falho, pois qualquer cidadão brasileiro pode sim
declarar-se afro-descendente, afinal, a não ser pelos testes sanguíneos, apenas
a própria pessoa pode-se declarar negro, pardo ou branco. Citarei agora um
trecho da reportagem escrita por Zakabi & Camargo, sobre o caso dos gêmeos
univitelinos, Alex e Alan Teixeira da Cunha, de 18 anos, filhos de pai negro e
mãe branca.
“...Eles se inscreveram no
sistema de cotas por acreditar que se enquadram nas regras, já que seu pai é
negro e a mãe, branca. Seria de esperar que ambos recebessem igual tratamento.
Não foi o que aconteceu. Os "juízes da raça" olharam as fotografias e
decidiram: Alex é branco e Alan não.
Alan, que
quer prestar vestibular para educação física, foi classificado como preto na
subcategoria dos pardos e pode se beneficiar do sistema de cotas. Alex, que
pretende cursar nutrição, foi recusado. "Não sei como isso é possível, já
que eu e meu irmão somos iguais e tiramos a foto no mesmo dia", diz Alex,
que recorreu da decisão.”
Este caso é uma prova dos
perigos de tentar classificar as pessoas por critério racial. Na minha humilde
opinião, as cotas deveriam ser unicamente Sociais, já que não seria colocado um
“rótulo” nas pessoas. Infelizmente as maiorias dos brasileiros não compreendem
a verdadeira proposta das cotas e muito menos tem conhecimento das
estatísticas, que mostram os indivíduos negros como o grupo mais pobre
economicamente no Brasil. Portanto, convenhamos que se as cotas fossem
destinadas apenas para pessoas da classe baixa, os negros ainda seria os
maiores beneficiados, pois continuariam se enquadrando nas cotas. O simples
fato de trocar o nome de Cotas Raciais para Cotas Sócias iria haver conseqüentemente
uma diminuição da quantidade de negros constrangidos na faculdade pelo fato de
terem que escutar picuinhas de colegas preconceituosos dizendo que estão lá
apenas por causa das cotas, porém em alguns casos, por exemplo, é o contrário, conquistaram
sua vaga com uma colocação superior a dos outros grupos. Às vezes alguma pequena
mudança conseguia acabar gerando menos conflitos entre grupos com interesses
iguais, mas classes distintas.
Jéssica
Quirino Dias
REFERÊNCIAS:
ZAKABI, Rosana & CAMARGO,
Leoleli. A decisão da banca da Universidade
de Brasília que determina quem tem direito ao privilégio da cota mostra o
perigo de classificar as pessoas pela cor da pele – coisa que fizeram os
nazistas e o apartheid sul-africano. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/060607/p_082.shtml>.
Acesso em: 24 de outubro de 2011.
Antes era completamente contra a cotas. Faltava um pouco de conhecimento e de outro olhar para essa politica compensatória. Acredito que as cotas para os negros, são apenas um passo para uma melhoria na desigualdade social. Elas são importantes, pois aproximam essa população do ensino, das universidades.
ResponderExcluirEnsino superior deveria ser para todos. A politica de cotas é um passo pequeno para mudar a situação dos negros no nosso país.
Em relação as cotas para pessoas de baixa renda, eu também acho relevante. Mesmo os negros sendo a maioria dos pobre no Brasil, existem outros também prejudicados.
O ensino tanto fundamental quando superior deveria ser para todos.
Sou a favor das cotas sociais, mas contra as cotas raciais, porque só aumentará a discriminação dentro das universidades.
ResponderExcluirTodos nós temos direito a uma ótima educação, independente se a pessoa é: branco, negro, pardo, índio... Tenho a mesma opinião, pois se trocássemos o nome para cotas sociais, iria diminuir o preconceito dentro das salas de aula.
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