Acabei de achar um troço maravilhoso: no artigo, em inglês, na Wikipedia sobre "Raça no Brasil" (Race in Brazil, aqui: http://en.wikipedia.org/wiki/Race_in_Brazil ), eles mencionam que, segndo o IBGE, se os brasileiros forem instados a autodefinirem/autodesignarem/autoclassificar sua cor, emergem *centenas* de termos ("morena escura", "sarará", "cor de canela", "mais claro", "jambo", "cafuso", etc.)
Vocês que são da psicologia, aí, olha *que* material de estudo! Hoje, com essas técnicas avançadas de informática (criação de léxicos, wordnet, estatística avançada), será que isso não daria pano pra manga pra um trabalho de psicologia. Por exemplo, você vai e pesquisa com artistas gráficos profissionais o padrão de degradê indo de uma cor clara até o preto, no matiz marrom (eles têm nomes e números na indústria de tintas pra zilhões desse padrões). Aí, você pega essa escala e pede pra pessoa: defina sua cor; aponte sua cor nessa escala.
Bom, você me pergunta, pra que isso? Pra mim, o interssante vem agora: você pega cada uma dessas respostas com dois componentes e tenta *validá-las* perguntando a duas outras pessoas (seleção aleatória, e sem se conhecerem - óbvio) se o termo autodessignado, na opinião delas, é congruente com a cor da escala (aliás, não esquecer de triar para daltônicos, né?).
A pesquisa é parecida com algo que li num livro, não sei se do Oliver Sacks, que nativos de Papua Nova Guiné tinham uma terminologia descritiva para pássaros riquíssima. A região tem a maior diversidade de pássaros do mundo, porque inexiste predadores para eles lá naquelas ilhas distantes. Mas o melhor é o seguinte: a terminologia morfológica deles, batia de maneira não-trivial, com a científica!
Ou seja, acho que pro que se chama de "Psicologia Social" pode ser algo muito rico, isso, de saber que a categorização para cor de pele espontânea de brasileiros tem um gradiente correlato ao do espectro visual. Mas isso é pra aquela psicologia *mesmo*, não aquela gente que fica enrolando com a "trocentésmia" tese sobre Foucalt e os micropoderes, ahahaha ;-))
Na minha opinião, um trabalho que seria interessantíssimo, que abre frentes com lingüística, antropologia social e neurofisiologia da visão.
É de graça a minha ideia, se alguém dela gostar. :-) É que eu não sou de nenhum desses cursos, mas sou curioso por natureza.
Demétrio Magnoli é uma baita intelectual, esclarecido como poucos, defensor dos direitos individuais fundamentais como poucos, e *não* é racista.
A merda é que o pessoal das Ciências Sociais no Brasil é 98% marxista, gramsciano ou de tradição francesa, e ignora - só pode ser ignorância, mesmo - a tradição filosófica anglo-saxã, muito calcada nos fundamentos sociais garantidores de liberdades individuais (direito de livre expressão, de livre pensar, ao próprio corpo, à propriedade, etc.). Nomes de gigantes como David Hume. O pior é o seguinte: vai ver lá quantos desses caras de esquerda leu *mesmo* Marx. Como o Delfim Netto dizia, quando discutia com "esquerdofrênicos" na década de 70: quem tinha lido *todos* os volumes d'O Capital era ele...(o Fernandenrique também leu, na USP. Já o Lula...só rótulo de "Uísqui").
Dos 2% que sobram do curso de Ciências Sociais, 1% é anarquista, e o outro acha que fez vestibular pra Assistência Social. 70% fuma maconha, 50% diariamente. 2% faz mestrado e vira professor - pra começar tudo de novo - formar 99%, dos quais 1%, sendo 1%, etc, blah, blah, blah. Fazer provas em Ciências Sociais é muito mais fácil que nas Engenharias, ou Medicina - o que explica porque todo santo ano, o PSOL ganha as eleições - o pessoal das Engenharias e Medicina tava muito ocupado estudando pra passar.
Gente amiga e inimiga ;-)
ResponderExcluirAcabei de achar um troço maravilhoso: no artigo, em inglês, na Wikipedia sobre "Raça no Brasil" (Race in Brazil, aqui: http://en.wikipedia.org/wiki/Race_in_Brazil ), eles mencionam que, segndo o IBGE, se os brasileiros forem instados a autodefinirem/autodesignarem/autoclassificar sua cor, emergem *centenas* de termos ("morena escura", "sarará", "cor de canela", "mais claro", "jambo", "cafuso", etc.)
Vocês que são da psicologia, aí, olha *que* material de estudo! Hoje, com essas técnicas avançadas de informática (criação de léxicos, wordnet, estatística avançada), será que isso não daria pano pra manga pra um trabalho de psicologia. Por exemplo, você vai e pesquisa com artistas gráficos profissionais o padrão de degradê indo de uma cor clara até o preto, no matiz marrom (eles têm nomes e números na indústria de tintas pra zilhões desse padrões). Aí, você pega essa escala e pede pra pessoa: defina sua cor; aponte sua cor nessa escala.
Bom, você me pergunta, pra que isso? Pra mim, o interssante vem agora: você pega cada uma dessas respostas com dois componentes e tenta *validá-las* perguntando a duas outras pessoas (seleção aleatória, e sem se conhecerem - óbvio) se o termo autodessignado, na opinião delas, é congruente com a cor da escala (aliás, não esquecer de triar para daltônicos, né?).
A pesquisa é parecida com algo que li num livro, não sei se do Oliver Sacks, que nativos de Papua Nova Guiné tinham uma terminologia descritiva para pássaros riquíssima. A região tem a maior diversidade de pássaros do mundo, porque inexiste predadores para eles lá naquelas ilhas distantes. Mas o melhor é o seguinte: a terminologia morfológica deles, batia de maneira não-trivial, com a científica!
Ou seja, acho que pro que se chama de "Psicologia Social" pode ser algo muito rico, isso, de saber que a categorização para cor de pele espontânea de brasileiros tem um gradiente correlato ao do espectro visual. Mas isso é pra aquela psicologia *mesmo*, não aquela gente que fica enrolando com a "trocentésmia" tese sobre Foucalt e os micropoderes, ahahaha ;-))
Na minha opinião, um trabalho que seria interessantíssimo, que abre frentes com lingüística, antropologia social e neurofisiologia da visão.
É de graça a minha ideia, se alguém dela gostar. :-) É que eu não sou de nenhum desses cursos, mas sou curioso por natureza.
Abraços,
JP, o deserdado dos Morgan.
Ôpa! "Inexistem" predadores, não "inexiste".
ResponderExcluirQue vergonha, zente...
JP
Demétrio Magnoli é uma baita intelectual, esclarecido como poucos, defensor dos direitos individuais fundamentais como poucos, e *não* é racista.
ResponderExcluirA merda é que o pessoal das Ciências Sociais no Brasil é 98% marxista, gramsciano ou de tradição francesa, e ignora - só pode ser ignorância, mesmo - a tradição filosófica anglo-saxã, muito calcada nos fundamentos sociais garantidores de liberdades individuais (direito de livre expressão, de livre pensar, ao próprio corpo, à propriedade, etc.). Nomes de gigantes como David Hume. O pior é o seguinte: vai ver lá quantos desses caras de esquerda leu *mesmo* Marx. Como o Delfim Netto dizia, quando discutia com "esquerdofrênicos" na década de 70: quem tinha lido *todos* os volumes d'O Capital era ele...(o Fernandenrique também leu, na USP. Já o Lula...só rótulo de "Uísqui").
Dos 2% que sobram do curso de Ciências Sociais, 1% é anarquista, e o outro acha que fez vestibular pra Assistência Social. 70% fuma maconha, 50% diariamente. 2% faz mestrado e vira professor - pra começar tudo de novo - formar 99%, dos quais 1%, sendo 1%, etc, blah, blah, blah. Fazer provas em Ciências Sociais é muito mais fácil que nas Engenharias, ou Medicina - o que explica porque todo santo ano, o PSOL ganha as eleições - o pessoal das Engenharias e Medicina tava muito ocupado estudando pra passar.
JP,
o sóbrio,
mas não o Morgan.