Na década de 80, OLIVEIRA relata as primeiras intervenções na
Educação realizadas pelo Movimento Negro no Brasil, apresenta o sofrimento das
crianças negras, ao evidenciar o sentimento de exclusão, peculiar à grande
maioria delas. Como demonstra o depoimento de urna criança: "às vezes me sinto uma
intrusa com certas reações de amigos e amigas '' (1992: 109).
Como podemos perceber na
fala dessa criança a atuação da discriminação racial está presente na educação.
Oliveira afirma que a discriminação mais sutil veiculada pelos livros
didáticos, pelo currículo e pelos meios de comunicação para a maioria das crianças
pesquisadas passa desapercebida, mas isso não implica afirmar que ao longo dos
anos, esse tipo de discriminação não venha a causar urna assimilação de
estereótipos negativos em relação aos negros, o que ocorre também com a criança
branca. Também ficou ressaltado que a forma de o professor caracterizar a
criança negra evidência seu despreparo para lidar com situações de
discriminação na sala de aula, pois, em muitos momentos, o professor julga a
criança negra culpada pela discriminação sofrida. É o que demonstra o
depoimento de urna professora:
Além de se sentir
rejeitada, a criança negra tem, talvez, por sua própria natureza, lentidão na
aprendizagem, lentidão na assimilação do ensino e estes dois fatores contribuam
para que ela não consiga acompanhar o seu grupo, desista e saia da escola ou
permaneça nela pouco tempo (OLIVEIRA, 1992: 98).
O processo de assimilação,
enquanto ajustamento interno
de um grupo ante os valores de outro grupo que domina ideologicamente a
sociedade (VALENTE, 1994: 85)
é um dos fatores predominantes do esvaziamento da identidade étnico-cultural
das chamada “minorias”. A escola tem papel fundamental junto a esta política de
assimilamento, uma vez que não há espaço para as identidades particulares no
seu contexto.
Diante disso o aluno negro
é conduzido a negar a identidade de seu povo de origem, em favor da identidade
do "outro" - o branco - apresentado como superior. A maioria das
situações escolares reforça urna atitude de não aceitação e de distanciamento
dos valores das ancestralidades africanas por parte de seus descendentes.
Na década de 80, OLIVEIRA relata as primeiras intervenções na Educação
realizadas pelo Movimento Negro no Brasil, apresenta o sofrimento das crianças
negras, ao evidenciar o sentimento de exclusão, peculiar à grande maioria
delas. Como demonstra o depoimento de urna criança: "às vezes me sinto
uma intrusa com certas reações de amigos e amigas '' (1992: 109).
A criança negra entra na vida escolar
perdendo porque a professora não quer tocar a criança negra. A professora não
segura a sua mão para ensina-la a motricidade fina, não lhe responde as
perguntas, não lhe ensina. Quando não existe uma relação de aféto a criança
perde perde a curiosidade e ganha medo. Medo de buscar o professor e não ser
acolhido. Essa é a semente para um a construção de um fracasso educacional.
Esse sujeito poderá superar tudo isso e seguir em frente, contudo, o mais
provável é que abandone a escola.
O tipo de racismo praticado no Brasil tem
características peculiares: sutil e velado com fortes mecanismos de exclusão e
promoção de inferioridade para os negros. Age "sem demonstrar a sua
rigidez, irão aparece à luz, é ambíguo, meloso, perigoso mas altamente
eficiente nos seus objetivos" (MOURA, 1994: 160). Ou ainda, como define MUNANGA,“há
racismos que foram e são implícitos, não institucionalizados, objeto de segredo
e tabu, submetidos ao silêncio, um silêncio criminoso'' ( 1996: 213).
A realidade da qualidade de atenção e educação
que a criança negra recebe na escola, é uma das formas institucionalizadas do
racismo ela simplesmente não recebe a mesma atenção que as outras crianças.
Diversos trabalhos tem demonstrado o quanto se prejudica um ser humano quando
este não recebe a atenção adequada durante a infância. E uns outros tantos trabalhos
denunciam as práticas criminosas pelas quais crianças negras passam nas escolas
diariamente. Começando pela negligencia e desatenção as práticas racistas de
professores e alunos. A criança negra não é somente negligenciada ela é
rechaçada e mal tratada. A criança negra não recebe abraços, o professor não
lhe segura a mão para ensinar-lhe a motricidade fina, não lhe responde as
questões em sala de aula, não lhe respeita. Então como pode um aluno
desenvolver-se em um sistema que já esta falido e que agride a esta criança.
Angela Wolff
Eu achei um absurdo o que li neste blogs que certas professoras falam para crianças negras!
ResponderExcluirIsso só vai mudar quando o brasileiro se civilizar e aprender a respeitar o outro. Somos um povo violento, que não respeita os indivíduos. Maiorias religiosas se impõem se folgando (crucifixos nas paredes dos tribunais e repartições públicas? então bota a estrela de Davi, a estátua do Preto Velho, uma outra do Buda sentado, também - seria o justo), playboys que acham divertido botar fogo em mendigos, ou espancar - sempre em bandos - homossexuais, políticos que socam repórteres - ainda mais se ele for deputado federal e ela mulher - e por aí vai. Somos violentos e incivilizados.
E muita gente dessa classe média branca, que faz piada racista, que se acha melhor que o Brasil tem a oferecer, se passassem um tempo em outro país "de 1o mundo"(eu passei), iam ser vistos como os perfeitos imbecis que são, num ambiente de trabalho, com esse comportamento e essa visão. Mas começa desde de pequeno a ser doutrinado.
E por falar em clichês, que tal essas ongs todas que dizem lutar contra a descriminação pararem de ensinar crianças pretas e pobres a *batucar em latas* no horário extra-classe, ou fazerem aquele "rip rópi" nojento de se ouvir, e fizessem reforço escolar de matemática e português? A verdade é que pra ser "doutor", vocês do curso aí da PUC deve saber, a criatura tem ralar muito - e isso não inclui perícia em batucar latas ou cantar rípiti-róp.
JP, sem Morgan
Esse estudos do tipo mencionados acima são interessantes.
ResponderExcluirEu penso que eles seriam mais ainda se fossem empregados métodos de etologia (etologia é a disciplina que estuda "comportamento animal"), empregando vídeo.
Etologistas, quando estudam grupos de animais sociais, costumam fazê-lo de forma bem objetiva (já que não se pode perguntar nada aos gibões ou às zebras). A maneira com que o fazem, p. ex., no caso de primatas, tabelar *quantas* vezes A toca B na cabeça, C toca D no ombro, D esmurra B, etc. Esse método é excelente porque ele é *quantitativo*. Se, no caso de humanos, pudermos ter material *qualitativo/subjetivo* então é melhor ainda.
E, sim, nós somos primatas. Mas nenhum humano descende de macacos, não, tá? Quem disse isso dormiu nas aulas sobre evolução e Darwin. O que acontece é que humanos *e* símios TIVERAM um ANCESTRAL COMUM - desculpe, eu gritei mesmo, porque tem tanta gente que erra isso... (macaco é um subgrupo dos símios, se não me engano - tipo assim - rhesus é macaco e símio, mas chimpanzé é símio).
Té +
JP,
é JP mas não é Morgan,
não tedo provovado nenhuma crise financeira.
~~~~ nenhum primata foi ferido no decorrer desta postagem ~~~~